Matthew E. White é um homem
grande com ar bondoso, de barba farta e cabelo comprido. Um homem que parece
saído de uma comuna hippie, não fossem o fato branco de bom recorte em que
primeiro o vimos em fotos promocionais. Matthew E. White, nascido na Virgínia e
rapaz viajado, “culpa” dos pais, missionários que o levaram consigo enquanto
espalhavam a Palavra, por exemplo, nas Filipinas, foi autor de uma das grandes
surpresas discográficas do ano passado. Falecido no passado dia 1 de Maio.
Antes de se mostrar em nome
próprio, Matthew E. White navegara outras águas. Formado no jazz, fora fundador
dos Ride The Big Bull e era no meio jazz mais vanguardista que se movia. Ainda
assim, ao lado de colaborações com Ken Vandermark surgia trabalho com Bon Iver
ou os Megafaun, estes músicos saídos do jazz mas tornados reconstrutores da
folk americana – sinal ténue do que estava guardado ao virar da esquina. Tudo
começou quando fundou na sua pequena cidade, Richmond, a editora “Spacebomb
Records”. Projecto ambicioso: reunindo a comunidade musical local, propôs-se
funcionar à sua escala como a Stax ou a Motown na década de 1960. Ou seja, ser
uma linha de montagem de música que, apesar da sua diversidade, tivesse uma
identidade imediatamente reconhecível.
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